sexta-feira, 29 de setembro de 2017

PROGRAMAÇÃO RAIA I

RAIA
+++++ Dizem que estamos na fronteira, mas não vemos linhas no chão. +++++


Tráfico de edições e afins.

Anjos 70 (antiga Taberna das Almas, Regueirão dos Anjos, nº 70)
Link para mapa AQUI


RESUMO
Raia, tráfico de edições, é um evento que conjuga a tradicional feira de edição e arte gráfica, em que o público pode contactar e adquirir directamente aos editores e artistas as suas obras, com uma programação que oferece exposições (João Fonte Santa, Raia 70X100, …) projecções vídeo, concertos (Presidente drogado, Urânio, …), bancas de alfarrábio e segunda mão (livros e discos) e outra animação num espaço central e espaçoso. Uma oportunidade para comprar uma serigrafia, um livro de artista, um fanzine ou um disco, ou simplesmente ficar a par do que se passa no mundo da pequena edição de objectos de natureza gráfica e literária.



21 e 22 de Outubro de 2017 — das 14 às 23 H (Sábado); das 14 às 20 H (domingo)



Em Lisboa, durante o fim-de-semana de 21 e 22 de Outubro, a Raia foi o lugar para conhecer e comprar edições, discos e artes gráficas. Paralelamente, houve programação com lançamentos, leituras, exposições, música e projecção de filmes. E, claro, serviço de bar e cantina vegetariana.
Raia foi dos pequenos editores e dos artistas gráficos, sem intermediários ou apoios institucionais.



Contenção de fachadas, alta gastronomia, legislação sobre drones, heráldica, a invenção do primeiro caniche proveta, aparições divinas em superfícies arbóreas e o fabrico de suspensórios testiculares, de nada disto tratará o ajuntamento que agora se divulga. No ano em que se comemora o centenário da revolução russa, eis que um sportinguista com couperose, uma astrónoma de Estômbar e um galante proprietário de uma funerária decidem convocar foliões da Mafalala e madraços de Ofir para uma inesquecível feira das modéstias a decorrer nos dias 21 e 22 de Outubro nos Anjos 70, em Lisboa.



Poesia e música, fotografia e prosa, edições piratas e posters corsários, ilustração neo-barroca, deejaying sem maneirismos, workshops de jiu-jitsu, origami, feng shui, chop suey e outros segredos orientais, a revelação está para breve, a alegria certa e o sexo será inesquecível.



Um programa ideal para quem gosta de tudo e mais alguma coisa.




PROGRAMAÇÃO

LISTA EXAUSTIVA DE EDITORES E IMPRESSORES COM BANCA
DURANTE A OCORRÊNCIA (CERCA DE 40 EDITORES CONFIRMADOS):

100 Cabeças; Antígona; Atelier Guilhotina; Bárbara Lopes; Chili com carne/ MMMNNNRRRG; Clube do Inferno; Clube dos tipos/ Editora dos tipos; Cronópio; Debout sur l'Oeuf/ Do Lado Esquerdo; Dedo Mau; Douda Correria; Edições 50kg; Edições do Saguão; Edições do Tédio; Elena Sanmiguel Urbina; Fanzines e Martelos; Filipe Felizardo; Formandos curso auto-edição Oficina do Cego; Galho; Hélastre; Imprensa Canalha; Letra Livre (representando também Averno, Língua Morta e Fenda); Linha de Sombra; Livros de Bordo; Maldoror; Mia Soave; Michael Fikaris / Silent Army; Mike Goes West; Momo; Não edições; O Corvo da Bad; O Gato Mariano; O Homem do Saco; Oficina Arara; Oficina do Cego; Orfeu Negro; Papeleiro Doido; Pé de Mosca; Quarto de Jade; Serrote; Sílvia Rodrigues; Stet; Stolen Books; Tipo PT; Triciclo; Urubu; Vintage Warehouse; Xavier Almeida; Xerefé; XYZ.

+ BANCA DE ALFARRÁBIO E SEGUNDA MÃO

LISTA NÃO EXAUSTIVA DE LANÇAMENTOS EDITORIAIS COINCIDENTES COM O ACASO:
Powerplay, de Ana Menezes (Oficina do Cego)

Um Dia de Verão, de Joana Fontes (colecção Abstrusa, nº 7) Oficina do Cego. Retrato de um típico dia de verão, desde o amanhecer até que o sol se põe. Com ilustrações em linogravura de diferente tipos, como o retrato da figura humana (feminina), representações de paisagem e ilustrações de objectos/actividades associadas à praia e lazer. Apontamentos de cor azul ultramarino, acrescentados em stencil. 
Das minhas memórias, um dia de praia (de verão), é assim. Com o fato de banho e o chinelo no pé, apanhar sol, dar mergulhos, as gaivotas, jogar raquetes, comer gelados e no fim do dia levar umas conchas para casa.

Luiz Pacheco Essencial, de António Cândido Franco (Maldoror)

Nancy in USA, de Filipe Matos (Imprensa Canalha). Um compêndio de arte contemporânea conduzido por uma personagem singular!

O Gorila Errante e outras histórias, de Matilde Feitor (Imprensa Migalha)

Nação Estrambótica, de Manuela Praça e José Largo (Imprensa Migalha)

Mariano #2, fanzine de Tiago da Bernarda, inclui entrevistas a Tony Millionaire e Anton Kannemeyer

Mucomorphia #2, de Filipe Felizardo (com entrevista por Marcos Farrajota)

Álbum Primo-Abrilesco, de Alphonse Allais (O Homem do Saco)

Luiz Pacheco Essencialde António Cândido Franco (Maldoror)

Álbum Primo-Abrilesco, de Alphonse Allais (O Homem do Saco)

Pequenas estórias I e II, e agora, ainda, Isabel Baraona
Portuguese Small Press Yearbook 2017, Catarina Figueiredo Cardoso (Ed. Catarina Figueiredo Cardoso e Isabel Baraona)

Linguaruda, de Sílvia Rodrigues


Berlim : cidade sem sombras de Tiago Baptista. Livro da colecção LowCCCost da Chili Com Carne. Livro sobre uma residência artística em Berlim (2013).






















PROGRAMA DE EXPOSIÇÕES QUE DECORREU DURANTE A AVENTURA

1.   Raia (70X100)
Enquanto convenção humana que ultrapassa em muito os rigores da natureza, as fronteiras continuam a marcar a evolução da humanidade. Numa época em que, ultrapassado o optimismo do fim da guerra fria, se aguçam navalhas novamente, o conceito de linha divisória e de repulsa está na ordem do dia. Cerca de 20 artistas gráficos aceitaram o desafio de atacar a folha grande (70 X 100 cm) com ideias de separação e divergência.
Lista de participantes: 
Ana Biscaia; Ana Menezes; Ana Torrie; Bruno Borges; Cátia Serrão; Cláudia Dias; Daniel Lima; Daniela Gomes; Daniel Lopes; Débora Figueiredo; Doutor Urânio; Hugo Henriques; João Concha; José Feitor; Luís França; Luís Henriques; Luís Manuel Gaspar; Maria João Worm; Mariana Barrote; Miguel Carneiro; Pedro Burgos; Rita Senra; Ricardo Castro; Mariana Malhão; Luís Alegre.

2.       Lá Fora com os Fofinhos

     Exposição individual de desenhos e ilustração de Mariana Pita
Nascida em 1990, estudou nas Belas Artes do Porto.

3.       SpaceX parte 2, exposição individual de João Fonte Santa
Évora, 1965
Vive e trabalha em Lisboa.
Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Clássica de Lisboa.
Começando por se dedicar à produção gráfica underground em fanzines autoeditados, foi depois orientando progressivamente o seu trabalho para a pintura e o desenho.
O trabalho de João Fonte Santa, alicerçado num intenso banco de referências de cultura popular, contemporâneas e eruditas, produz um corpo de trabalho que, sendo visualmente excitante, procura tornar visíveis as relações da mecânica do poder político.
Expõe regularmente desde meados dos anos 90.

4.       Se isto é um Livro
Livros da colecção de Catarina Figueiredo Cardoso
A raia é fronteira, linha de divisão ou limite. É por isso lugar de risco, de transposição, de desafio. É limiar e é margem. É um espaço de possibilidades.
Os livros aqui apresentados aproximam-se dos limites da condição de livro. De serem livros, por permitirem o desempenho da função básica de ver/ler o que está inscrito nas suas superfícies. De não serem livros, por tal função básica não existir, e não passarem de referências a livros.
Embora a resposta emocional à palavra "livro" dependa da experiência com esse objecto, todos os formatos de livro permitem o desempenho da função básica ler/ver: o códice, o rolo, o leporello, a tábua, as folhas soltas que transmitam uma organização significativa do seu conteúdo.
O tradicional códice, o conjunto de páginas unidas pelo lado esquerdo e soltas do lado direito, permite a visualização sequencial e discreta das inscrições nas duas superfícies das páginas. De um códice numa vitrine, podemos ver a capa ou uma dupla página aberta. Mas outros formatos de livro permitem leituras simultâneas.
“Se isto é um livro” é, pois, uma celebração jubilosa do formato do livro, uma demonstração de diversidade, um passeio pela raia.
[Nota: O título desta exposição evoca Primo Levi e Se questo è un uomo (1947). Homenagem sentida às vítimas da barbárie nazi.]

5.       Antologia para Mentes Desertas
O projecto Antologia Para Mentes Desertas associa, por intermédio de palavras-chave, imagens da biblioteca do congresso americano com textos poéticos seleccionados por 25 «antologiadores». Esta antologia combinatória tira partido da permutação como prática criativa, pensando a edição como um motor narrativo que alia duas bases de dados: computacional e humana.



PROGRAMAÇÃO MUSICAL


PRESIDENTE DRÓGADO e Banda Suporte em formato acústico!
Dia 21 (21H)
O Presidente traz à raia as suas canções de faca e alguidar, recentemente lançadas em disco de vinilo, assim como outras canções urbanas que dão voz aos desafortunados da grande urbe e do subúrbio. Com a sua Banda Suporte!

Dia 21 (22H)
Doutor Urânio
DJ Urânio
Aniversários, casamentos, funerais, manifestações, festivais, bailes, after's... Chungabeat, house circo, bacalao valenciano, tuga tecno, electro chaabi.

Dias 21 e 22 (ao longo do dia)
Instituto Tropical Fonográfico
O INSTITUTO FONOGRÁFICO TROPICAL é uma colecção crescente de discos de vinil que aflora um contorcionismo musical entre duas vogais, do Semba para o Samba, passando a jusante de uma tranche de Cumbias, Coladeras, Soukous, Funanás e do diabo a quatro em saiotes com palmeiras.


PROJECÇÕES VÍDEO

Flims, de Artur Varela (45’12)
Portugal 1973, de Artur Varela (45’12)
Na Raia recorda-se a memória de um companheiro, um iconoclasta, um artista para quem a fronteira era o que apetecia pisar.
Artur Varela {1937-2017} aprendeu escultura em Lisboa, passou por Paris {Atelier Adam}, estacionou depois durante duas décadas na Holanda e regressa a Lisboa no final da década de 80. Entretanto havia explorado não só a escultura em madeira e metal, mas também a pintura, o desenho, a banda desenhada e o vídeo. Os filmes integrados em Portugal 1973 enquadram-se na exploração do formato super 8 e na postura da observação algo distanciada e cínica dos costumes indígenas. Parte destes filmes foram projectados pela primeira vez em 1973, aquando da exposição de Artur Varela na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa. Muitos anos mais tarde, em 2000, os filmes seriam de novo exibidos no âmbito do projecto Slow Motion, nas Caldas da Rainha, comissariado por Miguel Wandschneider.

Marquee Strategies - Mixed Media with HTML Marquee Code, de Filipe Matos
Filipe Matos (1977)
Artista Visual e webdesigner, vive em Lisboa

Com um trabalho essencialmente experimental, Filipe Matos diverte-se enquanto brinca com as falhas das superficies e questionando aquilo a que chamamos realidade. O seu trabalho ganhou um fluxo de natureza piroclástica quando aderiu ao Facebook, em 2008. Desde esse momento, passou a fazer um aproveitamento artístico dessa rede social, com a criação e interação de personagens/ avatars e a apropriação de erros da plataforma.




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"A fronteira está na cabeça do branco"

Touro Sentado de Costas, 1870

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